História de parto Sara e Valentim - Primeiro parto - Parto natural
- skintoskinwebsite
- 26 de set. de 2022
- 5 min de leitura
O meu parto foi exactamente o que eu queria 🥰 Um parto naturalíssimo, sem epidural, com pouca intervenção médica, ouvindo os sinais que o meu corpo me ia dando e deixando, simplesmente, a natureza seguir o seu rumo.
A minha aventura começou Terça-feira. Um dia estranho, muito atípico para mim, não me apetecia fazer nada! Desconfiei, claro 🤔 mas acabei por ignorar, não queria criar expectativas. Quarta-feira de manhã, acordo e tinha uma surpresa, saiu-me o rolhão mucoso. Novamente, desvalorizei o sinal, não o ignorando por completo. Tinha manicure e pedicure marcadas e pensei para mim mesma, com ou sem vontade eu vou fazer as minhas unhas, não vou receber o meu filho, mal amanhada! 🤣😂🤣😂🤣😂🤣😂 Ao final do dia, pensei para os meus botões, mais um dia passou. Errado! Por volta das 23h, as moinhas passaram a ondas. Tentei contá-las, por sentir que não estavam tão espaçadas, mas, ao fim de 1h, acabei por desistir. Decidi ouvir o meu corpo e descansar. Então voltei para cama e tentei dormir. No dia seguinte, acordei e preparei-me para fazer o meu CTG semanal. Decidi, no entanto, ir mais cedo, continuava com ondas e com aquele "feeling" que algo se estava a passar. Avisei à Dra. Carla e à enfermeira Maria João. Quando cheguei à clínica, fui logo fazer o CTG e lá estavam as minhas ondas fortes como sempre mas desta vez não eram indolores. Com a Dra. Carla, decidimos que era melhor eu ser avaliada antes de voltar a casa. Duas hipóteses me passaram logo pela cabeça:
1. Não tenho dilatação suficiente, vou para casa e continuar o meu trabalho de parto;
2. Estou com dilatação suficiente para dar entrada, pelo menos.
Ao me avaliar, a Dra. Carla fez uma cara suspeita e pensei logo "hipótese 1". ERRADO! Ela virou-se para mim e disse "filha, tu já não vais a lado nenhum, estás com 5 a 6 dedos de dilatação" Só consegui pensar 🔝, só faltam mais 4! 🤣😂🤣😂🤣😂🤣😂 Liguei ao Eduardo para trazer as nossas coisas porque o nosso Valentim ia nascer 😅
Enquanto aguardava pelo meu quarto, sentei-me na bola de yoga com os auriculares, coloquei a minha playlist de músicas Jazz e fui me desligando do mundo exterior e me conectando com a tarefa adiante trazer o Valentim ao mundo.
Quando o quarto ficou pronto, montei o meu cenário, música para a coluna, difusor com o meu cheirinho e tapete de Yoga estendido, caso quisesse mudar de posição.
A cada onda, só me vinha uma frase à mente "Sinto o Valentim a descer gentilmente". Não conseguia pensar nas restantes frases do nosso kit, nem as que eu tinha escolhido como preferidas 😅 À medida que iam ficando mais fortes, pedi ao Eduardo para colocar nas minhas costas, uma toalha com água quente para aliviar a dor. Cansada de estar na bola de yoga, decidi ir para a cama. Pedi ao Eduardo para me ajudar. Assim que tentei deitar, tenho uma onda fortíssima e vou a correr para a casa de banho, vomitar. Entre o quarto e a casa de banho, ainda me questionei se era normal vomitar durante o trabalho de parto, fiquei com receio que alguma coisa pudesse estar errada. Entretanto, sinto uma mão a confortar me, pensei que fosse o Eduardo mas quando olho para cima, era a enfermeira Ilda a assegurar que estava tudo bem e que fazia parte do trabalho de parto quando já estamos na recta final. Mais que alívio, essa informação me motivou 😅 já faltava pouco para conhecer o meu bebé! Fui avaliada, novamente, e estava com 7 a 8 dedos de dilatação. O tempo foi passando, andei pelos corredores, sentei na bola de yoga, fui para o tapete e nada! Nunca mais chegava a hora de conhecer o meu bebé! A sensação de estagnação me fez pensar, por breves segundos, que se calhar era melhor pedir à Dra. Carla para rebentar a minha bolsa e acelerar o processo. Mas mais uma vez, lembrei-me do nosso curso de hypnobirthing e da Íris descrever uma sensação de desistência no final do trabalho de parto. Foi o suficiente para me manter firme e levar a diante o meu parto conforme o programado. Pouco tempo depois, entra uma enfermeira para avaliar os batimentos cardíacos do Valentim. Nesta fase, já estava intolerável deitar e fi-lo com muito sacrifício. Ela escutou os batimentos cardíacos e decide chamar a Dra. Carla. Eis que ela se vira para mim e diz "filha, vamos ter que rebentar a bolsa. O teu bebé não está em sofrimento mas os batimentos cardíacos estão mais baixos" e eu consenti. Então, lá fomos nós, super entusiasmados, para a hora V! Como eu gosto de chamar 😅 Deitei-me na cama e enquanto a Dra. Carla e a restante equipa preparavam os materiais necessários, a enfermeira Maria João fez nos companhia. Antes de me ser rebentada a bolsa, a enfermeira Ilda se juntou a nós, elogiou as minhas unhas 🤣😂🤣😂🤣😂 e ainda houve tempo para umas fotografias 😅 Quando a Dra. Carla rebentou a bolsa, meconio saiu, ela chamou o Eduardo para ver. Senti-me feliz por perceber que tínhamos tomado a decisão certa. Logo de seguida, veio uma onda forte, só me lembro de virar para o lado, segurar a mão do Eduardo com força e gritar 😅 oiço a comoção na sala, acho que ninguém estava preparado para a rapidez da minha reacção. Entre o primeiro grito e o último, penso que foram 3 ou 4 🫣, lembro-me de ouvir a Dra. Carla dizer para respirar e de me perguntar se queria puxar o Valentim. Tinha escrito no meu plano de parto que o queria acabar de tirar se a posição de parto deixasse mas não consegui, senti-me incapaz fisicamente no momento. Quando me apercebi, o nosso Valentim estava nos meus braços 💙
O Eduardo cortou-lhe o cordão umbilical, um momento que me deixou super orgulhosa. Um dos nossos receios antes do parto era a possibilidade do Eduardo não puder participar por causa da aversão ao sangue em momentos de sofrimento. Logo após o corte do cordão, ele acompanhou o Valentim para os primeiros cuidados enquanto a minha placenta saia e me foram feitas suturas por causa das lacerações. Um dos momentos que também me marcou foi puder ver a minha placenta e guardar comigo um decalque em papel 🥰
Vou repetir o que escrevi no meu testemunho do curso mas é uma verdade que quero realçar, o hypnobirthing não só deu me as ferramentas necessárias para encarar o meu parto com tranquilidade mas também reforçar a minha de ideia com relação aos benefícios de um parto natural. Muito obrigada Iris ❤️



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