História de parto - Rita e Alexandre - Parto domiciliar não programado - segundo filho

Comecei a sentir uns incómodos na barriga quando estava a dormir, por volta das 4:30. Mas, tinha sono e pensei que seria só a minha cólica matinal de ida ao WC, então, voltei a dormir. Às 5:00ficou mais forte, fui ao WC e passou. Depois voltou e fui de novo, aliviou, então, pensei mesmo que era só cocó. 🤣🤣🤣

Mas, voltou com mais frequência já perto das 6h, então, olhei para o relógio e as contrações estavam com a duração de 1 min e a acontecer de 5 em 5 min. Mas, toda a gente diz que o trabalho de parto pode demorar horas, dias… e como já faltava pouco para as 6:00, que é a hora que a minha filha de 3 anos acorda, não quis acordá-la (nem ao meu marido que tinha passado a noite com ela a tentar ajudá-la a dormir pq estava super constipada).

Eu estava tranquila.

Pouco depois a Luana acordou e eu disse ao meu marido para se vestir para depois irmos para a clínica e eu fui dar a maminha matinal à minha filha.

A meio da maminha as águas rebentaram🙈 e eu pensei: “Ups, isto vai ser mais rápido do que estava a pensar.”, “Filha, as águas rebentaram (durante a gestação já lhe tinha explicado o que era isso), tenho de ir para a clínica”, Ela: “mas mãe, ainda falta a maminha direita!” 🤣🤣🤣 Dios Mio. La consegui gerir com: “Eu entendo, mas, tenho mesmo de ir. Fazes 3 segundos e continuas quando eu voltar da clínica”. Assim foi.

Olhei com orgulho para a minha mala de maternidade preparada (com velinhas e os cartões maravilhosos da Íris com as frases positivas), mas, quando íamos para o carro as contrações já estavam muito fortes, então, liguei para a médica a dizer que não ia chegar a tempo, se saísse ia ter o bebé no carro 😱. Por coincidência, e muita sorte, descobrimos nesse momento que a médica mora um pouco à frente da nossa rua 😅 e ainda não tinha saído de casa 🙌.

Subi para o quarto, pedi ao meu marido para levar a nossa filha para casa da prima (que mora ao lado). Antes, ainda foram os dois buscar a médica, a pé! A Luana conta isso até hoje, super entusiasmada 😄. Qd a médica e o meu marido chegaram, 7 min depois, já eu estava a fazer força 😮‍💨 e a tentar fazer a respiração que a Íris me ensinou e pensar nas frases motivadoras maravilhosas… Sim, a tentar, ao mesmo tempo que a babá estava a fazer queixas de outra funcionária. Perguntei: “A sério? É mesmo esta a hora que escolheste?” 🤦🏻‍♀️

Os dois chegaram mesmo a tempo de eu abraçar o meu marido até o esmagar 🤣 e da médica acompanhar a fase de expulsiva. Senti que estava tudo bem, que ia conseguir!

E foi muito interessante perceber o esforço que o meu marido estava a fazer para se lembrar do que aprendeu no hypnobirthing. Eu quase conseguia ler o seu pensamento e só essa preocupação em fazer o melhor valeu por qualquer palavra, bem poderia dizer: "bananas" ou "girafa" que estava tudo bem. Hehe. Mas, não. O que me disse, enquanto me abraçava e se colocava na posição que percebeu que eu precisava foi: "Estou aqui, a médica também. Vai correr tudo bem. Estamos quase a conhecer o nosso bebé. Tu és forte. Vais conseguir. Respira."

Só veio o sininho de alerta na minha cabeça quando a médica disse: “tens de fazer força agora.” Mas, naquele momento eu não estava com vontade de fazer força, então, respondi: “O bebé vai dizer-me quando fazer força.” Não quis minimamente contestá-la, disse-lhe só o que estava a sentir. Graças ao curso da Íris obtive o conhecimento teórico que deu suporte ao que o meu instinto me estava a dizer e que eu talvez tivesse duvidado se não tivesse essa informação que me deu segurança e tranquilidade.

Assim foi!!! Veio a vontade de fazer força e o Alexandre nasceu. Às 07:08 do dia 11 de Junho de 2022.

Chamámos a Luana para conhecer o irmão e foi um encontro muuuuuito emocionante.

Eu chateei tanto a médica a gestação inteira que queria um parto natural, que depois de tudo, ela disse-me: “Parto mais natural que este era impossível, até o gato participou!” 🤣🤣🤣🤣

Íris, obrigada. Assim que eu ouvi falar de ti soube que farias parte, uma parte muito importante, desta caminhada para trazer o nosso bebé ao mundo.