História de parto - Alana e João - Parto domiciliar
- skintoskinwebsite
- 2 de jun. de 2022
- 2 min de leitura
A Alana de segunda viagem teve principalmente a calma e a serenidade que a Alana de primeira viagem não teve.
Uma gravidez super tranquila, tão tranquila que a nossa surpresa se aninhou tão bem e só decidiu saír às 42 semanas!
A decisão do parto domiciliar cresceu em mim desde 2017, depois do nascimento da Lara, que apesar de ter sido num hospital, foi tranquilo, respeitado e positivo. Desta vez, para além de tudo isso, procurava um momento íntimo, familiar, uma oportunidade única de incluir a Lara no nascimento da/o irmã/o e de informá-la sobre como nascer de maneira natural.
Esta última, importante para mim, pois percebi que uma grande maioria de nós cresce com traumas relativamente a partos que não viveu. O problema disto? Limita a nossa confiança no nosso corpo e perpetua um sistema centrado no médico em vez de no papel da mãe no parto.
Foi um processo, tanto a decisão do parto domiciliar, fortemente impulsionado pela primeira experiência positiva e pelas várias conversas com a Iris Afonso (skintoskin.hypnobirth), como convencer o João, parceiro de parto, que ainda não sabia, mas já o era!
Para algumas pessoas o trabalho de parto acontece num espaço de algumas horas, nesta gravidez sinto que durou semanas… as ondas de treino, a sensação de que o dia tinha chegado foram constantes durante as últimas 2-3 semanas. Mas foi no dia em que faria 42 semanas, que a nossa surpresa decidiu conhecer o mundo!
Pusemos a mais velha na cama e o João sugeriu que víssemos um filme, pensei que era mesmo isso que me apetecia: filme, manta e mimos!
Perto das 10h da noite, a bolsa rebentou e fui tomar um banho, feliz, porque tinha chegado o dia de conhecermos a nossa surpresa! Avisámos às parteiras e à fotógrafa, que ficaram em prontidão, atentas ao evoluir das ondas.
Quando as parteiras e a fotógrafa chegaram (por volta das 11h), as ondas já eram bem intensas, em intervalos de 4-5 minutos…
A Erica (parteira), encostou-se a mim e com o doppler verificou os batimentos cardíacos do bebé, que estavam bem. Operação que se repetiu sempre que eu tinha um intervalo entre as ondas e enquanto elas iam preparando o quarto para a chegada da surpresa.
Tanto as parteiras como a fotógrafa, silenciosas, atentas e sempre assegurando o meu bem estar… mas principalmente invisíveis, permitindo que eu e o João fôssemos protagonistas do momento e que nos conectássemos ainda mais!
Ele sentado na cama, eu de joelhos, com a cabeça no colo dele, onde recebia mimos, beijos e ouvia só palavras de encorajamento.
À 1h09, nasceu a nossa surpresa, peguei nela e abraçamo-la, envolvidos na bolha de amor e explosão de ocitocina do momento. Segundos depois disse ao João: ainda não vimos o sexo! Um menino! O nosso menino!
Hora de chamar a mana, que dormia no quarto ao lado. O João foi buscá-la, veio ao colo, meio a dormir. Acordou assim que ouviu o choro do bebé! Deitamo-nos os 4 na cama… felizes! A Lara perguntava se era um sonho, eu sentia como se realmente fosse!
As ondas continuaram até a placenta sair, a Lara conheceu a árvore da vida, cortou o cordão umbilical que durante meses alimentou o mano e viveu momentos inesquecíveis!
O parto é amor, é conexão, é magia e principalmente é vida!

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