História de parto - Iris e Uami - Parto vaginal
- Iris Afonso
- 1 de nov. de 2020
- 4 min de leitura
Atualizado: 22 de fev. de 2022
Quando descobri que estava grávida, imaginei um parto natural, onde eu estaria activa, a sentir o meu corpo e com mínimo de intervenção médica.
Acredito que o corpo da mulher está desenhado para isto e que ao longo dos anos quase que retrocedemos neste campo.
Conversei com várias mães que tinham tido experiências de parto positivas, para reforçar a confiança que tinha e também para perceber como se tinham preparado. Decidi fazer o curso de Hypnobirthing em que levei o Nuno quase arrastado 😇 Ao final de 2 horas ele já achava que ia valer a pena e que afinal ele tinha um papel muito importante no grande dia 🥰
Passava pouco da meia noite do dia 06.05.2018 quando me rebentaram as águas.
Fui até à sala avisar o Nuno e fui para a banheira, aproveitei para tomar um duche! 😉
O Nuno ligou para o hospital e como apesar de ter entrado em trabalho de parto, não tinha contracções e a cor das águas estavam normais, recomendaram que ficasse em casa, tentasse descansar e ver como as coisas evoluíam.
De manhã lá fomos nós para o hospital achando que me fossem dar o quarto com banheira que tanto queria 😂 nessa altura já tinha algumas contracções mas irregulares e fracas. Ouviram o coração do bebé e confirmaram a cor das águas. Não me fizeram o toque. Os exames internos aumentam o risco de infecção (por ter as águas rebentadas), portanto como as contracções estavam fracas não havia necessidade de ver a dilatação.
Mandaram-nos para casa, caminhar para ajudar a acelerar.
Passei o resto do dia tranquila, a caminhar e a descansar na bola de Pilates.
Pelas 22h lá voltamos para o hospital pois estavam a fazer 24 horas desde que as águas tinham rebentado.
Fizeram o mesmo que tinham feito de manhã, ouviram o bebé, confirmaram que a cor das águas não tinha mudado. Vimos em conjunto o meu plano de parto e deram-nos 2 opções. Ficar no hospital e ser induzida ou ir para casa e ver se durante a noite o meu corpo entrava em trabalho de parto.
Se a coisa não avançasse durante a noite, na manhã seguinte teria de regressar para ser induzida.
Conversei com o Nuno sobre as opções e decidimos regressar a casa.
Nessa noite o meu corpo finalmente entrou em trabalho de parto! ✌️
No curso de hypnobirthing disseram-nos ‘quando te perguntares se a contracção que acabaste de ter será a sério é porque ainda não é a sério’ 😆 e é mesmo verdade!
Nessa noite soube que estava mesmo a acontecer e que em breve íamos conhecer o nosso filho.
O Nuno foi incansável durante a noite a pôr-me panos de água quente nas costas, a dizer palavras de encorajamento e a ajudar-me a concentrar-me na respiração.
Chegamos ao hospital perto das 9h e a maravilhosa parteira deu-me um quarto com piscina mas sem garantia que a poderia usar 🤞 Lá nos instalamos e foi-me feita a primeira análise interna, tinha a dilatação completa! Senti uma felicidade tremenda, estávamos mesmo quase a conhecer o nosso filhote!
A parteira enche a piscina e eu logo de bruços lá para dentro! Estava tão bem ali, mas as contracções começaram a desacelerar 🤦♀️ Apesar de estar tudo bem comigo e com o Uami o risco de infecção já começava a ser mais alto e ele tinha de nascer por isso, com muita pena minha, tive de abandonar a piscina.
A certa altura entram 2 médicas no quarto a incentivarem-me a levar oxitocina para as contracções serem mais fortes e o bebé sair mais rápido......que se não saísse rápido poderiam ter de usar ventosas e companhia.... 😑
Eu recusei a oferta e a parteira ficou do meu lado e disse que eu estava a fazer um trabalho excelente 😜 As médicas saíram do quarto com um ‘ultimato’: o bebé tinha de nascer em 15 minutos!
‘Corpo, ouviste isso?15 minutos!’ A cada contracção eu agachei-me e puxei com todas as forças que tinha para o bebé sair.
Ele bem tentava sair mas a mãe tinha a bexiga cheia e o pobre coitado não tinha espaço 🤦♀️
Após esvaziar os 2 litros que tinha, o Uami lá viu o caminho aberto para vir conhecer os seus queridos pais, passava pouco do meio dia, 3 horas depois de termos dado entrada.
E assim foi! 36 horas de trabalho de parto mas apenas 8 em trabalho de parto activo.
Foi a experiência mais intensa que tive na vida e comprovou a ideia que eu tinha, o corpo da mulher esta desenhado para dar a luz e ao criarmos um ambiente onde nos sentimos seguras, a adoptar posições onde temos a gravidade a trabalhar connosco, o parto desenrola-se de forma mais natural e confortável.
É claro que há partos onde existem complicações e é necessário intervenção médica para garantir a segurança da mãe e do bebé, as vezes do pai também 😂 Mas na minha opinião esses deviam ser a excepção.
As técnicas de respiração que aprendi no workshop de hypnobirthing, os pensamentos positivos e o Nuno ao meu lado foi tudo que precisei para o parto do Uami. ❤️



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