História de parto - Jéssica e Valentina - Cesariana
- skintoskinwebsite
- 5 de fev. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 22 de fev. de 2022
Estava com 41 semanas + 1 dia quando as minhas águas rebentaram, no dia 12 de Dezembro às 06:00 da manhã. Acordei com o romper do saco amniótico (sensação de que estava a urinar em mim mesma, mas a uma temperatura muito mais quente)😂.
Rapidamente saltei da cama e chamei pelo meu parceiro cuja reação foi: "estou cheio de sono"🙄😜.
Senti-me super excitada com o romper do saco, pois sabia que estava muito perto de conhecer o grande amor da minha vida, a minha Valentina.
Dirigi-me para a casa de banho e confirmei que era de facto o saco amniótico e disse para mim mesma: "está na hora" 😍!
Passado um minuto ou dois reparei que a cor das águas começou a mudar até que atingiu o tom amarelo mostarda. Como já tinha ouvido falar do mecónio (momento em que o bebé "faz cocó" dentro do útero) , apercebi-me logo que algo não estava bem. De imediato liguei para o hospital no qual me foi aconselhado a ir para lá com a máxima urgência.
Chegando ao hospital foi confirmado que a bebé tinha feito mecónio em quantidade elevada e fomos postas sobre vigilância constante. Tendo este cenário apresentado, foi-me logo dito que a opção de ter o bebé no centro de parto estava fora de questão, pois eu e a bebé precisávamos de ser monitorizadas com frequência. Por uns segundos fiquei triste e decepcionada porque queria muito ter um parto humanizado na água. Sempre tive como inspiração a minha mãe que trouxe ao mundo cinco filhos e todos de forma natural e sem intervenção médica. Daí ter recorrido durante a gravidez ao curso de hypnobirthing para me equipar com informação pertinente para o momento mais importante da minha vida. Rapidamente esses sentimentos negativos desapareceram porque me sentia suficientemente preparada para tomar a melhor decisão, sem que prejudicasse nem a mim nem ao meu bebé.
Depois de ter sido transferida para a unidade obstétrica, foi-me sugerido a indução de forma a acelerar o parto. Uma vez que existia uma quantidade elevada de meconio, mais o facto de ter testado positivo para a infecção GBS, fazia com que a minha bebé estivesse mais exposta a infecções. Dessa forma e depois de ter analisado todos os prós e cons, decidimos aceitar a indução. Apanhei oxitocina desde as 7h da manhã até às 16h e mesmo assim o meu parto não progredia. Tinha apenas dois centímetros de dilatação. A equipa médica teve todo cuidado e colocou à nossa disposição todas as opções, nas quais se incluía a cesariana.
Uma vez que tínhamos tentado quase todas as opções e tendo em consideração o risco de infecções elevado para a bebé, decidimos aceitar a cesariana.
Mantive-me super calma durante a indução e cerariana graças às técnicas do curso hypnobirthing. Apesar de tudo ter corrido de forma oposta, tenho a certeza que tive o parto "perfeito" na minha perspectiva, pois tive a capacidade de me manter serena durante todas as ocasiões, tive os melhores parceiros de parto, tive uma equipa médica espetacular à minha disposição que sempre me colocou à vontade para tomar as minhas decisões e tive oportunidade de criar o meu ambiente dentro da sala de parto com as minhas músicas e afirmações positivas, o que me deixou mais relaxada antes de ir para o bloco operatório.
Infelizmente não consegui fazer de imediato "skin to skin" com a minha bebé porque tive uma quebra de tensão durante a operação. Depois de recuperada fiz questão de ter a minha bebé nos meus braços e dei-lhe logo o meu peito. Foi muito emotivo e especial este momento. Foi a nossa forma de iniciar a nossa relação mãe e filha 💕.
Em suma, é pertinente estarmos informadas sobre as fases chave da nossa gestação e parto para que possamos tomar as melhores decisões. Da mesma forma que é importante criarmos o nosso plano de parto, é também essencial que estejamos com a mente aberta para qualquer alteração e tão logo adaptação ao novo cenário. Não me sinto menos mulher/mãe por não ter tido um parto humanizado. Na verdade, passei a respeitar as mulheres que clinicamente (meu caso) tiveram ou têm que passar por uma cesariana. Se achas que és menos mãe por não teres um parto vaginal, então convido-te a passares pelo pós operatório de uma cesariana. Senti dores horríveis durante dias e quase que não me conseguia mexer, e mesmo assim não deixei de cuidar da minha bebé.

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